31 de agosto de 2010

Quanto custa viver no Canadá?

Reportagen do site OiToronto, escrito por CNMag, 30 de agosto de 2010

Recomeçar a vida em um novo país é algo que assusta muita gente, e é também uma experiência que pode levar os recém-chegados a fazerem dívidas. Por isso é tão importante fazer um levantamento preciso de quanto irá custar a vida no Canadá e tomar o cuidado de também fazer uma “previsão” das despesas não previstas.

Gerencie seu dinheiro: aprenda a viver dentro do orçamento e evitar a armadilha da dívida. Mesmo que você tenha feito uma estimativa de quanto irá lhe custar viver no Canadá, não conseguirá chegar a um valor exato até que realmente esteja vivendo aqui. Durante seus primeiros meses no país, comece a guardar notas a anotar todos os seus gastos, desde mercado até sua xícara de café diária. Isto irá lhe fornecer um ponto de partida para preparar seu orçamento.

Vale a pena criar um orçamento!

É difícil controlar o quanto gastamos quando não fazemos um orçamento. Ao preparar um orçamento, você verá exatamente para onde seu dinheiro está indo e alcançará seus objetivos de curto prazo, como pagar contas mensais, fazer um curso ou quitar a dívida no cartão de crédito. Ao separar um valor fixo regularmente, você também poderá alcançar seus objetivos de longo prazo, como comprar uma casa ou carro, pagar uma faculdade e fazer viagens.


Planeje com antecedência

Ninguém está livre de surpresas como manutenção de carro ou problemas de saúde. Por isso é tão importante separar um parte do dinheiro para os dias chuvosos. Tente poupar o equivale a de três a seis meses de salário para ajudar você a superar crises inesperadas. Essa medida também te ajudará a não afundar muito em dívidas.


Reduza sua dívida

É importante manter controle sobre seus empréstimos, incluindo saldos não quitados no seu cartão de crédito, linhas de crédito e empréstimos pessoais, e encontrar formas de quitá-los o mais rápido possível. Fazer isso irá lhe garantir um bom histórico de crédito para que você consiga pegar dinheiro emprestado quando chegar a hora de comprar uma casa ou solicitar outro empréstimo. A próxima dica irá lhe ajudar a limitar e reduzir sua dívida.


Desejos ou necessidades?

Antes de fazer mercado, comprar roupas, eletrônicos ou brinquedos, reserve um tempo para se perguntar se a compra é realmente algo de que você precisa ou se é somente algo que você deseja. Você realmente precisa do item em questão? Se a resposta é não, então é apenas algo que você quer ter. Coloque o item de volta na prateleira, e diga a si próprio que estará economizando um dinheiro que será, no futuro, usado para algo mais importante.


Pagar depois?

Se você acabou de chegar ao Canadá, pode estar precisando comprar um móvel ou carro. Muitos vendedores oferecem planos do tipo “compre agora, pague depois”. Apesar de essas ofertas parecerem tentadoras, podem se tornar uma nova fonte de dívida se você não quitá-las dentro do prazo. Alem de pagar o valor devido, terá que pagar também altas taxas de juros, de até 30%. É melhor evitar esse tipo de plano a não ser que você tenha condições de quitar a dívida dentro do prazo, ou seja, antes dos juros se acumularem.


Cartões de crédito não são uma fonte ilimitada de dinheiro

Lembre-se de que o cartão de crédito é uma forma de pagamento, não uma fonte financeira. Se você quer usar seu cartão de crédito, certifique-se de ter dinheiro suficiente para pagar seu saldo total até a data de vencimento. Manter este simples fato em sua mente irá ajudá-lo a não gastar dinheiro que você não tem.

 
Mude seus hábitos

Você pode economizar bastante simplesmente deixando de realizar pequenas compras freqüentes. Por exemplo, você pode economizar várias centenas de dólares por ano apenas mudando seus hábitos.


  • Use transporte público para ir trabalhar, ao invés do carro;
  • Faça seu próprio lanche ao invés de comprar algo perto do trabalho;
  • Leve seu próprio café para o trabalho; e
  • Compre roupas que não precisam ser lavadas a seco.

Recursos disponíveis


Para ajudá-lo a criar um orçamento e evitar dívidas, a Financial Consumer Agency of Canada (FCAC) criou livretos de dicas:

  • Dicas sobre orçamento: Provê informação sobre orçamentos, inclui um guia de “como fazer” e uma detalhada planilha para ajudá-lo na montagem do seu.
  • Dicas sobre dívidas: Oferece conselhos sobre como gerenciar melhor suas finanças pessoais.

A FCAC é uma agência do governo federal que protege os direitos dos consumidores e fornece informações úteis e objetivas sobre serviços e produtos financeiros. Para aprender mais sobre serviços e produtos financeiros, visite o site da FCAC ou ligue grátis para 1–866–461–3222.

22 de agosto de 2010

Como é que o brasileiro vive assim?

Não consigo entender como é que coseguimos viver com a lógica do ganha pouco e paga muito.

Como estamos morando muito longe dos nossos empregos, estou estudanto os preços de aluguéis em bairros mais próximos. Mas é inacreditavelmente caro!

Então comecei a fazer os cálculos: Para se morar num bairro com acesso fácil à transporte público você pagará cerca de R$1500,00, mais condomínio de cerca de R$300,00. Se tem um filho terá que pagar escola particular para ele. E nessa vão pelo menos R$ 600,00. Se tem carro financiado estará pagando parcelas mensais de cerca de R$ 500,00. Para ter TV a cabo, telefone e internet são mais cerca de R$ 180,00. Compras de cerca de R$ 600,00 mensais, conta de celular, gastos com lazer, gasolina, etc...

A renda deve ser de no mínimo de R$ 4000,00!!

Ok, talvez para você essa renda seja real ou até abaixo do seus ganhos, mas temos que lembrar que não estamos na média. Deve-se lembrar quem é a maioria na cidade de São Paulo. Quantos ganham R$ 4000,00 por mês?

Durante uma pesquisa acadêmica da qual participei sobre políticas públicas, coletei dados sobre a renda média da população de acordo com os distritos onde moravam. A renda média mensal da população residente da região de Guaianases (distrito da zona leste de São Paulo) é de R$ 649,00, contra uma média de R$ 4000,00 da renda dos moradores da região de Pinheiros (zona sul de São Paulo). Mas onde trabalham os moradores de Guaianases? E como é que essas pessoas conseguem viver ganhando tão pouco?

Até poderíamos entrar no jogo de gastar tudo o que ganhamos para termos o mínimo de conforto: poder chegar cedo em casa após o trabalho, ter os filhos em boas escolas, uma casa aconchegante. Mas se optarmos por isso acabaremos presos por um círculo de dependência e não conseguiríamos reunir o valor necessário para fugir dessa enrascada.

Não é fácil ter que escolher não ser uma mãe tão presente quanto eu gostaria de ser, e ver os dias passarem voando sem poder parar para respirar um pouco. Se não definirmos metas a vida passa e deixamos de vivê-la. Podemos sim pagar pelo conforto em São Paulo, mas estaremos tranquilos? Estaremos realmente vivendo?

O que alivia um pouco a minha culpa é saber que estou fazendo esse sacrifício por uma vida de maior qualidade para minha família.


20 de agosto de 2010

Websérie: De Quebec à Vancouver


Televisionada pela Tv5, a série "Carnets de Route" é um diário de bordo através do Canadá, para reunir as comunidades francófonas do Canadá. Através de retratos e histórias do Atlântico ao Pacífico, serão descobertas as riquezas e a diversidade da francofonia canadense: diferentes paisagens, mas também diferentes sotaques, diferentes condições de vida  e múltiplas razões para falar francês.










18 de agosto de 2010

Pior que tá não fica?

Não sei se rio ou se choro.

E nada de francês...

Ô coisa difícil que é eu começar a ter aulas de francês! Só pode ser Lei de Murphy!

Ontem foi o primeiro dia das aulas de francês gratuitas da USP. Estava com uma tremenda dor nos pés mas fiz questão de ir para garantir minha vaga. Bom, no dia da inscrição online haviam 5 opções de francês: francês 1, francês 2, francês 3, etc. Eu optei pelo francês 3 acreditando que seria o nível que eu conseguiria acompanhar. Estava com receio de ter posto muita confiança nos meus conhecimentos desse idioma, e enquanto a professora não chegava ia treinando mentalmente como iria me apresentar em francês.

Quando a aula começou fomos nos apresentando em português mesmo, fui a terceira a me apresentar. Contei sobre o curso que fiz na Aliança, sobre o curso online que acabei de fazer, da minha necessidade de praticar a conversação, e tudo mais. Mas ao ouvir os outros alunos com suas apresentações fui descobrindo que eu havia errado na minha escolha por curso. Na verdade eu tinha entendido mal. NINGUÉM, além de mim, sabia uma palavra sequer em francês! Era um curso introdutório, para quem ia começar do zero.

Foi uma total perda de tempo. Sofri a toa ao me arrastar com meus pés doídos até a USP. Só não saí da sala no meio da aula porque implorei pro meu marido ir me buscar após a aula já que eu não ia conseguir ir de metrô pra casa.

E agora, José?
E agora que vou voltar para mais um módulo de francês online. Terminando esse módulo vou contratar um professor particular. Ai ai....

Dica: o preço das aulas particulares da Ecole Saint Paul é de R$58,00 a hora/aula, mas é possível fazer as aulas em dupla pagando o mesmo valor. Agora, se você não tem com quem rachar, sai mais barato contratar um professor fora de uma escola, pagando R$50,00 a hora/aula.

16 de agosto de 2010

Travel Guide - Ottawa

15 de agosto de 2010

Sobre como está a correria

Postinho com atualizações curtas.

A correria aqui está grande mas sei que valerá a pena. Estou providenciando para que tudo dê certo e que de fato me forme esse fim de ano. Assim como algumas universidades, a USP cobra além das disciplinas, horas de estudos independentes e estágios obrigatórios. No total são 400 horas para cada um dos dois. É muita coisa! Principalmente para quem trabalha em período integral e tem filhos.  Então estou tentando completar minhas horas na medida do possível.

Como tenho uma janela nas minhas tardes, começei a procurar cursos de francês. Mas infelizmente no horario das 16h as 18h não encontro grupos formados. A opção que me sobre é pagar aulas particulares. A École St Paul fica bem pertinho do meu trabalho (quase na esquina), passei lá e vi que existe a possibilidade de rachar o custo com alguém. O preço da hora/aula é a mesma se fizermos em duas pessoas. Porém... não tenho com quem dividir ainda, especialmente para o básico 3. Por essa razão não fechei nada ainda.

Foi então que vi que as inscrições dos mini-cursos de idiomas da Faculdade de Educação estavam abertas. Me inscrevi e na semana seguinte descobri que fui sorteada. É um curso regular que acontece das 18h as 19h20, duas vezes por semana, sem taxas ou mensalidades. Fiquei muito feliz! Só não sei qual é o foco das aulas, mas já acredito estar me beneficiando pela oportunidade de praticar a conversação. Se eu sentir que o conteúdo está fraco, estou pensando em fazer mais um módulo online na Ecole Français Quebecois. E se precisar, umas aulas particulares na St Paul.

Sobre o emprego na escola internacional. Estava super empolgada nas duas primeiras semanas, achando que seria moleza. Foram as crianças chegarem pra eu descobrir que é punk! rs Tá sendo super cansativo, mas ainda assim, gratificante. Sei que meu inglês precisa fluir melhor, mas tenho certeza que até o fim do ano estará bem afinado. Prontinho pra ser usado no Canadá.

Eis o prêmio que eu queria ter ganhado
Essa semana recebi uma carta da Bishop's e um telefonema do dono de alguns apartamentos para locação de Sherbrooke. A carta da Bishop's era sobre detalhes sobre a primeira semana de aula, sobre onde eu devo comparecer, quais documentos pegar, onde me matricular, etc. E além disso no envelope veio um adesivo para carro da universidade. Entendi esse presente como um premio de consolação. Mas pra ser honesta, eu ficaria mais consolada com um moletom da Bishop's. Cheguei a tentar comprar ele pela internet, mas descobri que ele não é vendido para outros países. Uma pena..... Vou ter que esperar chegar nas terras geladas para encomendar meu premiozinho...

O dono dos apartamentos que me ligou durante a semana foi aquele português do qual já contei aqui no blog. Eu havia entrado em contato com ele quando ainda pensavamos em ir para Sherbrooke. Eu quase fecho negócio. Mas como esse português não me mandou notícias e nós mudamos de idéia sobre ir agora, deixei pra lá. Minha mãe que atendeu o português e disse que não iremos mais. Ele disse que se precisarmos é só entrar em contato com ele. E ficou assim.

Como vocês podem perceber pelos ultimos posts, Gatineau está chamando nossa atenção. Acho que já achamos nosso destino. Agora vou só correr atras para ajeitar tudo para nossa ida.

E por enquanto é o que estou conseguindo fazer. Não vejo a hora de chegar o fim do ano para começar de fato nosso processo.

14 de agosto de 2010

Famílias de Ottawa se beneficiam em Gatineau

Reportagem da série da CBC News, Crossing the Bridge, publicada em 15 de março de 2010.

Theresa Mantha, ao lado de seus quatro filhos, mudou-se de Ottawa para o distrito de Gatineau  Aylmer em 2003 atraída pelos baixos preços de imóveis
Com casas mais baratas e com lotes maiores, creches a 7 dolares por dia dia e incentivos fiscais generosos para pais estão atraindo muitas famílias de Ottawa com filhos mais novos para Gatineau.

"Eu sinto que temos mais do que se vivêssemos em Ottawa", disse Theresa Mantha, mãe de quatro filhos que se mudou para o distrito de Aylmer há sete anos.

Mantha, cujo marido trabalha como professor em Ottawa, foi relutante de início quando consideravam em viver no Quebec porque ela não fala francês. Mas o casal, que tinham dois filhos no momento, não encontravam nenhuma casa a preços acessível, mesmo em bairros como Barrhaven.

"Em Aylmer... os preços das casas era fenomenalmente mais baixos, e os lotes que você encontra são muito maiores do que o que você entraria em Ottawa, vale muito a o preço que se paga", disse ela. A família conseguiu comprar uma casa de três quartos, geminada com um quintal de "bom tamanho”, próximo à ponte Champlain.

Vivendo em Gatineau, a família também economiza de outras formas - é muito mais barato para os seus filhos praticarem hóquei em Gatineau que em Ottawa, os cartões da biblioteca de sua família dão direito a patinação e natação gratuitas.

"É ótimo para nós como uma família poder fazer coisas juntos".

Economia nas hipotecas VS altas taxas

Os números mais recentes publicados das Estatísticas do Canadá mostram que mais pessoas passaram de Ottawa para Gatineau do que no sentido inverso a cada ano de 2001 a 2007.

Luc Bédard, um agente imobiliário em Aylmer, diz que ele "definitivamente" percebeu uma tendência do número de pessoas que trabalham em Ottawa que se deslocam para Aylmer.

"Temos a famílias jovens que querem se beneficiar de creches subsidiadas e temos as pessoas que querem propriedades maiores," disse.

Ele estima que cerca de um quarto dos compradores com quem ele trabalha com são de Ontário ou de outras províncias. E acrescentou que o preço médio das casas em Outaouais é de cerca de 220.000 $ - cerca de 100.000 dólares mais baratas que uma similar em Ottawa. Isso significa que a economia em hipotecas praticamente anula a maior taxa de imposto do Quebec.

"Então você ainda está à frente, se você comparar a mesma casa."

Marc Lamontagne, um planejador financeiro certificado e sócio do escritório de Ryan Lamontagne Inc., disse que as taxas de imposto são "definitivamente mais altas" em Gatineau que em Ottawa, mas benefícios fiscais na forma de um generoso abono às famílias e creches subvencionadas permitem as famílias com crianças viverem de forma mais barata em Quebec.

Seus cálculos mostram que os pais que ganham US $ 50.000 por cada ano e tem dois filhos poderiam economizar US $ 6.000 por ano em impostos e despesas de creches se viverem em Gatineau.

"E então, naturalmente, é exponencial a partir daí, quanto mais crianças mais você tem."

Em contraste, um casal com a renda familiar igual, mas nenhuma criança iria pagar cerca de US $ 5.000 por ano a mais em impostos em Gatineau que em Ottawa.

No entanto, Lamontagne adverte que os preços de imóveis mais baixos não significam, necessariamente, que uma família vai economizar em Gatineau.

"Com minha experiência posso dizer que as despesas da maioria das pessoas tende a aumentar com o rendimento disponível que tem", disse ele.

A maioria das pessoas não escolhem onde morar baseados apenas nos custos, mas também em fatores como o tempo de deslocamento, ele acrescentou: "Eu acredito que é mais uma opção de vida."

Pós e contras

Amanda Knox cresceu em Aylmer e recentemente mudou-se devolta, junto com seu marido que é nascido em Toronto e seus três meninos.

"Temos uma Câmara Municipal, temos um tribunal, temos o hotel Symmes, temos um velho ferreiro, temos todas essas coisas que fazem a cidade bonita e charmosa. Existe ainda um grande orgulho dessas coisas", disse ela, enquanto toma café e bate-papo na casa de Mantha com sua amiga Kristina Smith, que também se mudou de Ottawa.

Knox também gosta de ter seus filhos imersos na língua francesa e na cultura local.

"Há algo realmente grande sobre ela – é muito calorosa e amigável."

Ela advertiu as pessoas para não irem para Quebec pela poupança em creches, já que as vagas são limitadas e as listas de espera levam longos anos.

"Não é você apenas andar por aqui comprar uma casa e de repente tem creche de $7 por dia para seus filhos. Isso não vai acontecer."

Mantha admite também existir desvantagens de viver em Gatineau, como a barreira da língua. Ela teve que garantir que seus filhos não iriam para uma escola francesa, porque ela queria se envolver na educação deles. Questões com a língua também causou certo estresse em uma recente ida ao hospital, e ela teve de se desculpar por não saber francês.

Mantha se preocupa por não ser capaz de entender os sinais de segurança em francês na piscina, e acha isso frustrante.

"Não tem nada em inglês eu acho que é estupides, estando tão perto da fronteira", disse ela. "Nós devemos ser bilíngües".

Quebec oferece gratuitamente aulas de francês, mas ela disse que é difícil para os pais para aproveitar quando se está muito ocupado levando seus filhos a atividades como hóquei e dança.

“É impossível encontrar tempo”.

Preocupações com a saúde

Uma das maiores preocupações de Mantha e de outros ex-residentes de Ontário é a relativa escassez de serviços de saúde no lado de Gatineau.

Smith afirma que existem algumas vantagens na saúde do Quebec, tais como atendimento odontológico gratuito até os 12 anos de idade.

Knox valoriza os serviços para crianças com necessidades especiais. Seus dois filhos mais velhos são difíceis auditivos e receberam gratuitamente aparelhos auditivos em Quebec.

Mas ela disse que há uma carência de serviços básicos, tais como médicos de família e clínicas de emergência. Sua mãe e um vizinho seu tiveram de ir para Montreal para serem operados.

Smith disse que ela e seu marido têm falado sobre se deve ou não voltar à Ontario uma vez seus cinco filhos estiverem crescidos.

"Porque existe esse receio, se ficamos doentes quando estivermos mais velhos, vamos querer estar aqui? Você quer ter câncer no Quebec?

Knox disse que ela e seu marido têm falado sobre se mudarem para um condomínio menor no centro da cidade uma vez que seus filhos crescerem.

"E, francamente, nós provavelmente iremos para o centro de Ottawa", disse ela, por causa de todas as comodidades e melhores condições para idosos.

Para o momento, Smith disse que sua família de sete pessoas simplesmente não têm dinheiro para voltar para Ottawa, mas ela espera isso mudar com as circunstâncias fiscais de sua família.

"Eu acho que quando você não tem filhos em sua casa", disse ela, "não é tão vantajoso estar aqui."




Para assistir a reportagem pela CBC News Ottawa clique aqui

5 de agosto de 2010

Situação invertida

Você já se perguntou sobre como deve ser aqueles que recebem os imigrantes? Tentar ajudá-los, ou pelo menos tentar entender o que eles falam, pensar em quais empregos eles poderiam trabalhar com o pouco do idioma que eles falam?

Me encontro numa situação dessa. Mas a imigrante não sou eu!

Estou trabalhando com uma americana que veio como o marido para o Brasil, e nenhum deles fala português. Nunca tinha percebido o tamanho do pepino problema que é ter que procurar emprego, assinar a tv a cabo, pensar em plano de saúde, entre outras coisas, não sabendo o mínimo do idioma do lugar onde você está morando. Nem em balcões de informação turistica e escolas de inglês eles conseguiram achar alguma ajuda!!! E é inglês, não outro idioma!

O marido dessa minha amiga quer procurar um emprego aqui, mas o que ele pode fazer se não sabe nenhum "A" de português? Dar aulas de ingles? Como eu disse, até isso fica difícil de conseguir já que nem a recepcionista da escola de idioma entende o que você fala.

Outro problema é a locomoção. Eles só andaram de onibus depois de 2 semanas que estavam aqui, e só entraram no ônibus porque eu estava de guia. Soa como bobos, mas sair sem saber se comunicar é um risco muito grande! Imagina se eles pegam um ônibus errado e vão parar nos cafundós do Juda? Pra quem eles vão pedir socorro?

Mas o que tem isso a ver com o Canadá? Acho que está bem claro: a importância de conhecer o idioma. Quando somos os nativos acabamos por fazer perguntas do tipo:  "O que esse cara veio fazer aqui se não fala meu idioma? E ainda quer trabalhar?! Porque não pensou nisso antes? Só doido pra fazer isso!".

Já ouvi bastante a conversa, meu francês é o suficiente para me virar. Ou "deixa comigo, eu dou um jeito", "lá a gente acaba aprendendo mais rápido"... e outras na mesma linha. Vamos parar um pouco e ser realistas, não tem como escapar: você quer trabalhar num país, precisa falar a língua dele.

O que queremos com a imigração não é aventura, mas sim fazer parte de uma sociedade mais organizada, onde podemos participar ativamente.

Você acha que seu francês (e/ou inglês) é o suficiente?